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Literatura insólita: 10 obras de autoras brasileiras para conhecer

insólito

(in..li.to) a. 1. Que não é habitual ou frequente; que é fora do comum (acontecimento insólito). 2. Que é contrário às regras e tradições*: Seu discurso expressou uma ideologia revolucionária, insólita.* [F.: Do lat. insolitusaum.]

O insólito na literatura é permeado por temáticas sobrenaturais ou que causem estranheza e, geralmente, ocorre em obras dos gêneros terror, suspense, policial e mistério — que costumam ser associados a autores homens.

Diversas vezes marginalizadas no mercado literário, as mulheres que escrevem histórias sombrias e pesadas precisam se esforçar o dobro para ter seu talento reconhecido. Por isso, para celebrar o dia da mulher, eu trouxe uma lista de dez obras da literatura insólita, escritas por mulheres brasileiras, para você conhecer:

Quando os mortos falam, Cláudia Lemes

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Quando era investigadora da DHPP, Verena sofreu a maior perda da vida: sua filha adolescente foi assassinada e jamais descobriram o culpado. Por causa disso, pediu exoneração do cargo. Quatro anos depois, Verena recebe a ligação de um médium indicando a localização de um corpo. Logo, a mulher se envolve clandestinamente, junto do amigo investigador, na busca por um maníaco que replica cenas de filmes terror.

Cláudia Lemes traz o insólito através da mediunidade e de referências a obras — clássicas ou não — do terror, com uma narrativa rápida e viciante. Vencedor do prêmio ABERST e finalista do Jabuti, Quando os mortos falam foi minha leitura favorita de 2022.

A garota da casa da colina, Larissa Brasil

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O retorno à sua cidade natal, Campo das Flores, não estava nos planos de Yara Leão, mas a necessidade de reencontrar sua avó — a única que a acolheu e a protegeu durante anos do abuso emocional perpetrado por seu avô — forçou-a a tomar essa decisão. A intenção era uma visita breve, porém, tudo toma rumos inesperados quando Yara cruza o caminho de Nina, sua pequena vizinha. A criança vive em uma casa misteriosa, que parece pulsar e observar seus moradores, de onde emana uma melodia inquietante que apenas Yara e a menina podem ouvir.

Vencedora da categoria de melhor livro de suspense do prêmio ABERST 2020, com A garota da casa da colina, Larissa Brasil tem uma escrita única, poética e envolvente.

Por que as madrugadas são longas, Mila Cassins

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Nove contos de terror com uma temática em comum: a madrugada. Uma escola em que todos os alunos desapareceram, o garoto que recebe visitas do espírito da ex-namorada, um cão de olhos vermelhos no sofá da sala…

Por que as madrugadas são longas? é tão assombrado que existem vários relatos de coisas estranhas que aconteceram com pessoas na presença dele e, por isso, Mila Cassins e seus leitores o apelidaram de “o trevosinho”.

Fome, Iza Artagão

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Izzy é uma estagiária de direito que carrega um segredo obscuro: aos 27 anos, transformou-se em um monstro com uma fome incontrolável por carne humana, o que a obrigou a abandonar sua vida passada. Sem ter envelhecido um ano sequer desde então, acompanha julgamentos e encontra neles a solução para saciar sua fome da maneira que considera mais justa: caçando os culpados que foram absolvidos.

A obra foi semifinalista do prêmio ABERST, em 2020, e finalista do prêmio Odisseia da Literatura Fantástica, em 2021, e traz uma narrativa crua e direta, característica de Iza Artagão.

Cidade das orações perdidas, Juliana Daglio

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Virgílio é um homem cético e bruto. Ramona é uma órfã que sempre foge e é encontrada em cenas de crime. A vida dos dois se cruza quando a garotinha é adotada pelo irmão e pelo cunhado de Virgílio, em uma cidadezinha cheia de lendas sobre O Homem dos Pés de Bode e tão abandonada que nem mesmo as orações de seus habitantes são ouvidas. Os acontecimentos macabros que ocorrem na presença de Ramona, aos poucos, derrubam a barreira do ceticismo de Virgílio, pois o resta apenas duas opções: acreditar no impossível ou deixar que inocentes morram.

Juliana Daglio constrói a narrativa com a maestria de uma autora experiente — com vários romances, novelas e contos publicados — e nos entrega o que há de mais especial na ficção: personagens apaixonantes e memoráveis.

A casa que sobra, Lia Cavaliera

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Três casas restaram após uma enchente: uma delas estava abandonada; na outra, todos morreram; na terceira, a família inteira sobreviveu. Quando a matriarca da terceira casa morre, deixa instruções bem claras para sua família jamais sair dos quartos após a meia-noite. A curiosidade do que poderia acontecer, entretanto, planta-se na mente do mais jovem da família.

Em apenas doze páginas, Lia Cavaliera conta uma história que persegue seus leitores após o fim.

Rasgo, Júlia Afonso

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Rafa é assombrada pela morte da irmã, que foi assassinada pelo próprio namorado. Sem poder contar com o apoio da mãe durante o luto, a jovem passa os dias caminhando pelo lugar favorito da irmã: a praia. Lá, encontra uma criatura mística que mudará seu futuro.

Julia Afonso começa esse conto de apenas dezessete páginas com um trecho potente, principalmente para suas leitoras mulheres, e segue a narrativa de modo desconexo e até mesmo confuso, fazendo com que a gente se sinta na mente da protagonista.

Ecos de melancolia, Larissa Prado

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Gaia é uma jovem com problema auditivo que precisa utilizar aparelhos para captar o máximo de barulho dos ambientes ao seu redor. Quando seu aparelho sofre uma interferência, ela passa a ouvir mensagens estranhas e vozes desconhecidas.

Larissa Prado escreveu não apenas uma história sombria, mas também uma bela homenagem ao blues, com uma edição totalmente impressa na cor azul — desde a capa até o texto.

Confeitaria dos amores, Bárbara Reis

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A confeitaria dos amores é tão antiga que ninguém lembra de sua origem, mas é famosa pelos casais formados lá. Melina, uma jovem com o coração partido, decide acreditar nas lendas sobre o lugar e põe todas as suas esperanças de recuperar o amor de Rodrigo em um doce. O problema é quando seu plano funciona.

Bárbara Reis criou uma lenda macabra e a colocou em um conto viciante, que faz parte da antologia O que trazes pro amor.

Traga seu amor de volta, Yasmin Callado

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Em uma lojinha sinistra do comércio, Jonas recebe uma poção com a promessa de que pode trazer seu amor de volta — não importa onde nem como sua amada esteja. E Camila realmente volta para sua vida, mas não da forma que ele imaginava.

Esse é meu segundo conto da trilogia de amores assombrados. Em Traga seu amor de volta, o verdadeiro horror está nas entrelinhas.

yasmincalladoescreve@gmail.com

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